O livro da minha vida...

O profeta

Sempre afirmei que O Profeta, de Khalil Gibran, era o livro mais importante da minha vida. Talvez porque o li pela primeira vez aos quinze anos, quando todas as surpresas são revelações e todos os agrados são fascínios. A verdade é que o livro me tocou pela profundidade do olhar que derramava sobre todas as coisas, aquele «mergulho transcendente» do autor sobre todos os temas que abordava moldou a minha forma de pensar e sentir, porque reforçou as minhas convicções de tudo o que já pensava e sentia. Eu, que vivia a adolescência em modo contemplativo, encontrei-me todo inteiro na espiritualidade e no silêncio que o livro dizia, em que o autor se dizia, em que o autor me dizia. E na forma como o dizia.

Nunca considerei O Profeta uma obra literária, embora tenha tido a sorte de lê-lo na tradução de Manuel Simões para a Editorial A.O., que lhe manteve o sentido poético no ritmo da disposição dos versos e no recheio de cada palavra, de cada frase. Li-o e reli-o sempre como uma espécie de manual de instruções sobre a vida, algo como um tutorial sobre o modo de usar-me na relação com a existência que me foi dada. Mas nunca deixei de maravilhar-me perante a poesia com que as palavras ilustravam cada página, lida como um passeio por um jardim colorido e perfumado, espécie de expressionismo tranquilo e provocador (mais tarde vim a saber que Gibran era também artista plástico!...).

Hoje, mais de quarenta anos passados sobre a minha descoberta dessa obra sublime, continuo a tê-lo como o livro mais importante da minha vida. Porque o releio continuamente e lhe descubro novidade, porque o partilho com outros, sobretudo com alunos, na ânsia de fazê-los provar um pouco do fascínio que ele me faz sentir. E ainda porque - entendo-o hoje melhor do que antes - a sua poética inspirou a minha vontade da escrita, o amor às palavras e a necessidade de dizer-me na beleza delas. Como Khalil Gibran se (me) disse nas belas palavras que escreveu.

Paulo Vaz  

O último grande unicórnio


«Perdoar significa deixar para trás os pensamentos que nos tornam escravos do ódio e do rancor; perdoar significa aceitar o que aconteceu.»Clara Tahoces traz-nos a história de um unicórnio que, despertando no mundo, se vê sozinho num local totalmente desconhecido. Sem ninguém por perto para o ajudar, decide iniciar a verdadeira aventura que é encontrar a sua mãe. Será que consegue?Ao longo de um relato emotivo dessa procura, que também se revela um caminho para o autoconhecimento, irá encontrar diversos animais que o ajudarão a amadurecer, ao mesmo tempo que comete erros, enfrenta adversidades, luta e perdoa. Uma verdadeira analogia para a nossa vida, oferecendo tantas e tão grandes lições de humanidade.O Último Grande Unicórnio é um conto fantástico dedicado a todos aqueles que já se sentiram sós. E, como nos diz Clara Tahoces, «da solidão nascem os mais puros sentimentos e criações».Um conto fantástico onde o caminho é tão importante quanto o destino.

Rita Silva

O infinito num junco

Desde a faculdade que descobri o grande fascínio pela cultura clássica, pela génese da língua, da escrita, dos livros...

No livro "O Infinito num Junco", Irene Vallejo desperta-nos, desde o início, a vontade de entrar nesta viagem envolvente. Com muita facilidade e rigor histórico, conduz o leitor numa viagem pelo espaço e pelo tempo, pela Grécia e Roma Antigas, pelas paredes repletas de papiros da Biblioteca de Alexandria, pelos palácios de Cleópatra, pelas primeiras livrarias conhecidas, pelas celas dos escribas, pelas fogueiras onde arderam os livros proibidos...

Nele, encontramos a génese dos livros, desde a antiguidade, a sua evolução e as suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore...

É, sem dúvida, uma homenagem a todas as pessoas que ao longo dos tempos protegeram e salvaram os livros, referindo grandes protagonistas da história.

Aconselho, vivamente, a sua leitura, sobretudo para os que continuam a admirar este objeto tão antigo, que apesar da evolução tecnológica, continua a reinar e a fascinar, resistindo ao longo dos tempos, nunca passando de moda.

Este livro foi-me recomendado, também, por um amante de livros. Obrigada.

Paula Dias

A queda dum anjo



O estudo de Amor de Perdição, quando frequentava o 11.º ano, levou-me ao teatro para assistir a uma adaptação de uma outra obra de Camilo Castelo Branco, A Queda dum Anjo, pelo dramaturgo Miguel Rovisco. A caricatura da sociedade portuguesa do século XIX, que foi tão bem conseguida com essa encenação, fez-me querer ler de imediato o texto original. Ali estava a sátira a um país cheio de contrastes, mas tão igual na facilidade com que poderia ceder aos vícios próprios de uma sociedade romântica. No entanto, a atualidade do texto é evidente.

A obra acabou por ser uma forma de dar continuidade à leitura de outros textos do autor que apresentam traços em comum com esta e, assim, seguiu-se a leitura de A Corja, Eusébio Macário e Coração, Cabeça e Estômago.

Susana Rosa 

Pai Rico Pai Pobre



O livro explica muito bem e dá uma base razoavelmente boa para quem quer começar a investir. O autor recorre a exemplos fáceis de entender para alguém que nunca ouviu falar de um ativo ou um passivo, por exemplo. Explica resumidamente como é que os "ricos" pensam, inventam e fazem dinheiro.

O ponto forte do livro, na minha opinião, é ser uma obra sem termos complicados e que requeiram conhecimentos prévios. O autor explica não só a sua filosofia de investimento, mas também a de outras pessoas, e considero isso excelente para conseguirmos fazer a análise do que se adequa melhor a nós.

Miguel Gomes 12º1C

Foi sem querer que te quis

"Foi sem querer que te quis" não foi só o primeiro livro que li do autor, foi também um dos primeiros livros que li de um escritor de nacionalidade portuguesa, que não fizesse parte da lista de livros de leitura obrigatória para a escola.

Ouvia muito falar do escritor deste livro, sabia que os seus livros são um sucesso de vendas e que as suas histórias emocionam muitos dos leitores. Por isso, li este livro, escrito por Raul Minh'Alma. Este formou-se em engenharia mecânica e começou a escrever poesia aos 17 anos, e até aos dias de hoje já publicou várias obras de sucesso.

Foi sem querer que te quis conta a vida de Beatriz e de Leonardo duas pessoas muito diferentes que acabam por encontrar um caminho em comum. Esta obra prometia mostrar que muitas vezes as oportunidades que temos de amar e de ser amados estão ao alcance do amor próprio, mas sinceramente para além disto, ensinou-me muito mais. Foi um livro leve e emocionante, que me prendeu e despertou curiosidade até à última página, com um final surpreendente.

No geral, gostei bastante das personagens, penso também que a história tenha sido bem contruída, a escrita é simples embora por vezes deixe um pouco a desejar. Ao longo de todo o livro vão sendo usadas muitas frases feitas, e clichés o que acaba por ser um pouco desmotivador, sendo que em vez de explorar melhor o relacionamento e evolução das personagens, parecia que, por vezes, o escritor estava mais preocupado em passar uma lição de moral para os leitores e a utilizar frases cliché.

O livro ia já nos seus capítulos finais, em que eu pensava saber já o final da história, no entanto, consegui ser surpreendida e foi impossível controlar as lágrimas e emoções.

Concluindo, este pode não ser daqueles romances que marcam de uma forma inexplicável, mas mesmo tendo algumas coisas menos positivas, reconheço que é um livro bom, com uma história cativante que inspira e emociona, um livro que desperta um misto de emoções ao longo de todos os capítulos em que cada palavra escrita me ensinou a olhar para a vida de maneira diferente.

Marta Albino 12º1A

O Deus das Moscas

Faz parte do conhecimento comum que as crianças representam o mais puro dos seres humanos, ou seja, ainda não foram "corrompidas" pela sociedade. No entanto, o livro "O Deus das Moscas", de William Golding apresenta uma perspetiva catastrófica relativamente a esta afirmação, em que a sobrevivência da própria raça humana entra em questão.

Num meio de uma guerra mundial, várias crianças britânicas entre os anos de 5 a 12 revelam-se os únicos sobreviventes de um acidente de avião. Presos numa ilha deserta, inicialmente reúnem-se no sentido de eleger um líder e consequentemente, estabelecer ordem e regras no grupo. Se quiserem sobreviver, terão de dividir tarefas e trabalhar em conjunto: certos rapazes irão à caça, outros construirão as tendas onde acamparão... Apesar de alguns devaneios, tudo corre inicialmente como planeado. No entanto, se já lidou com crianças pequenas, o leitor já sabe como continuará o conto. Com a total ausência de alguém que possa castigá-los caso não cumpram as regras, rapidamente o seu instinto selvagem e imaturo de "posso fazer tudo o que quiser!" apodera-se deles, com a criação de tribos e rivalidade entre estes. Esta divisão, eventualmente, acaba por ser violenta, assumindo posições extremas que jamais alguém pudesse imaginar em adultos, quanto mais em miúdos: desde o medo injustificado e irreal do Deus das Moscas até um rapaz aparentemente livre e sádico, e a morte de três miúdos ao longo da história

Apesar de ser um curtíssimo conto, este é o meu livro favorito até ao momento. Na sua essência, reforça a ideia de que o ser humano é inerentemente malvado. Ao viver em sociedade, estamos sujeitos a determinadas regras e leis que não nos limitam, mas condenam-nos física e psicologicamente decorrente dos nossos atos: ai define-se a essência de "civilização". Ou seja, nós somos inerentemente civilizados, apenas aprendemos a ser. É de lembrar que, antes de seres racionais os seres humanos são sentimentais e guiados pelos sentimentos.

É curioso: o mundo está numa guerra mundial, e no único sítio em que há paz no mundo, estes rapazes chegam e destroem-no, enquanto tentam-se matar entre si. Ou seja, nem as crianças conseguem eliminar o seu monstro dentro de si, até elas são inerentemente selvagens. Tal como a reputação das pessoas, criar uma civilização é muito difícil, mas destruí-la é bem mais acessível do que se pensa.

O livro é, na totalidade, uma alegoria entre o bom e o mau que há em cada um de nós, mas com pesos diferentes na nossa personalidade. Mas achei interessante destacar dois momentos. Primeiramente, a morte de Simon, o rapaz mais inteligente do grupo que, ao voltar da floresta, foi brutalmente assassinado por todos os outros por ser confundido pelo monstro. A incapacidade de que os rapazes tinham em perceber de que estavam na presença doutra pessoa e não do seu maior medo revela o estado deplorável em que chegaram, seres selvagens e anárquicos. Este monstro é efetivamente o Deus das Moscas, o segundo momento que queria destacar. Nas suas cabeças era o grande monstro que vivia no centro da ilha, mas era só um paraquedista que morreu ao aterrar na ilha e que estava pendurado às árvores, cuja sombra parecia efetivamente uma temível criatura.

Além de ser bastante famoso, este livro é inclusive enormemente controverso, com vários sites de leitura a ter más ou medianas críticas do mesmo. Entre as críticas apresentadas é sugerido que, pelo facto de as personagens do livro serem crianças e com nenhuma rapariga presente, é impossível pegar neste exemplo e concluir toda a psicologia escondida da humanidade. Numa outra perspetiva, este livro é um descrédito total à humanidade e tudo o que ela conquistou a criou até ao momento. Sugerir que somos naturalmente maus e selvagens implicitamente contraria toda a cooperação necessária entre as pessoas para construir a civilização.

Todo o livro pode ser resumido no tão aclamado provérbio: "a tua liberdade acaba quando começa a liberdade do outro". Enquanto ser lúcido e racional, não podia estar mais de acordo, mas o monstro dentro de mim, este estará sempre atento, à espera do momento certo para tomar as rédeas deste frágil corpo e guiá-lo à loucura.

Afonso Simões 12º2

Ganhar asas e voar

Melinda Gates escreveu um livro poderoso e inspirador sobre a importância de dar voz e poder às mulheres. Centra-se no trabalho desenvolvido pela autora na Bill & Melinda Gates Foundation e no que aprendeu com as experiências vividas. Nesta organização, Melinda foca os seus esforços na mitigação de problemas que afetam milhões de mulheres e raparigas em todo o mundo. Ao longo dos capítulos, são apresentados ao leitor problemas como acesso a planeamento familiar, casamento infantil, abandono escolar, desvalorização da importância das mulheres na comunidade. Tudo problemas que, apesar de parecerem afetar apenas mulheres, afetam toda a comunidade em que se inserem.

Neste livro de carácter autobiográfico, ficamos a conhecer, não só a vida da autora e o seu percurso pessoal, mas também a vida de dezenas de mulheres que mudaram a sua maneira de ver o mundo. Os seus testemunhos são também aqui transmitidos e ajudaram-me a reconhecer o quão pouco conhecia das dificuldades sentidas por tantas mulheres. Foi uma leitura que me abriu os olhos e que, apesar de por vezes me partir o coração ler sobre as dificuldades que atravessam e todos os dados chocantes apresentados, me dá esperança nas pessoas. É uma carta ao mundo sobre a importância de criar uma sociedade que valoriza todas as pessoas, independentemente do seu género.

Melinda não se limita relatar as suas experiências a ajudar as comunidades em países dominados pela pobreza. Mostra como a sua vida não é perfeita, revelando-se por isso uma pessoa mais parecida com qualquer um de nós. Ler este livro mudou a maneira como olho para o mundo e encaro a minha vida. Acredito que me tornou uma melhor cristã e uma feminista mais consciente e informada. Mas sei que qualquer pessoa consegue encontrar valor no livro, independentemente do género ou religião.

Carolina Carreira 12º1C

A Química dos Nossos Corações



Eu adorei este livro! Foi engraçado e leve, mas também tinha muito significado. Adorei a maneira como tudo estava muito bem equilibrado e não era só um romance qualquer em que tudo era previsível e clichê. No entanto, também não era daqueles livros que quando se acaba fica-se com a sensação de que levámos com um comboio em cima. Tinha a quantidade certa de seriedade e ao mesmo tempo entretia e envolvia o leitor.

Gostei imenso das personagens principais e até das secundárias que, na minha opinião complementavam bastante bem a história e adequavam-se a todo o ambiente. Para além disto foi muito interessante a maneira como estava escrito o livro, pois podia-se ver as diferentes perspetivas das personagens dando mais corpo ao livro.

De forma geral, "A Química dos Nossos Corações" é um livro bastante bom e que recomendo a qualquer pessoa que esteja interessada num romance contemporâneo leve e divertido.

Leonor Pacheco 12º1A

https://www.ext.marista-lisboa.org/
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